O trabalho não acaba, a vida sim

Pedro Bontorim
2 min readApr 24, 2021

--

O TRABALHO NÃO ACABA, MAS A VIDA SIM”, a frase dita por Ana Paula Bontorim com pitada de ironia e humor há alguns anos ainda ecoa em mim com tons de sabedoria.

O que antes era raro, profissionais felizes e satisfeitos em seus trabalhos, hoje é um mantra sine qua non da a gen z e millenials, o hype da vida com propósito.

Mas um alerta para todos nós: mesmo o trabalho sendo parte de um plano maior, seu chamado de vida, ele continua sendo um trabalho, sendo um meio e não o fim.

Quando começava minha carreira profissional aos 18, eu conheci profissionais em posições bem-sucedidas e salários recheados que em uníssono odiavam os dias de trabalho, ansiavam pelo final de semana e com a aposentadoria. Então, eu defini meu primeiro objetivo de vida: não quero isso.

Entendi também que meu incômodo era pra lá de milenar, Sêneca escreveu há 2 mil anos, “Quanto é tardio começar a viver só quando é hora de terminar”.

Mas calma, este não é um texto carpe diem. É uma conversa aberta para refletirmos juntos sobre equilíbrio. Trabalhar com “o que gostamos” é um conceito cheio de ciladas. Primeiro porque trabalho é trabalho e deixa de ser lazer com entregas e prazos. Segundo porque o trabalho pode ser um grande esconderijo com checklists, tarefas, liderança e tudo mais que o workaholic pode usar para adornar sua entrega ao labor e postergar amizades, família, sonhos mais profundos engolidos por “recompensa” financeira e status. O trabalho pode ser uma grande distração e o adiamento daquilo que realmente importa.

Estou longe de saber o equilíbrio ideal deste fluxo, aliás minha busca pela rotina perfeita já até virou um estigma humorado da minha personalidade.

mas sigo tentando, melhorando aos poucos, errando também.

bom #shabat para todos.

--

--