O que você acha?

Pedro Bontorim
2 min readMar 21, 2021

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A pergunta perfeita para abrir uma boa conversa. Como não rola de sentarmos em um café para isso, seguimos a conversa por aqui.

A gente acha muita coisa, toda hora e sobre tudo, esparramamos nossos achismos em tweets, textões no instagram (metalinguagem), isso quando não fazemos do whatsapp nosso podcast.

É bonito, afinal são conjecturas sobre a vida, interpretações de cenários e uma perspectiva do mundo que é só sua. O detalhe é quando confundimos achismos com fatos, fazendo deles pavimento para fundamentações.

Temos críticos virtuais sentenciando pessoas e ideias após ler meio artigo e ver 5 minutos de vídeo no youtube.

Nada contra leituras dinâmicas, ferramentas de compartilhamento de ideias e aos adeptos de leitura de enunciado de notícias e escuta de resumo de livros ao invés de lê-los por inteiro (na verdade, sou contra sim).

O fato é que para o conhecimento maturar leva tempo. L E V A T E M P O.

Tem um provérbio que diz: “seja pronto para ouvir, tardio no falar”. Será que tá fora do hype?

Olhando para a ciência, existem etapas que compõem um método científico. Não é que precisamos fazer uma tese para ter opinião, mas podemos lembrar que existem passos antes da conclusão. As etapas que, de forma geral, compõem o processo são: Observação; Elaboração / Compreensão do Problema; Hipóteses; Experimentação; Análise; Conclusão.

Normalmente, os habitantes da internet já pulam para hipótese e assinam a conclusão. Me lembro de uma fala de um amigo escritor e doutor em direito que ouvia dos seus orientadores sobre a vida acadêmica: “Com 20 anos, você não fala nada, só escuta. Com 30, você cita suas referências bibliográficas. A partir dos 40, você já pode começar a ter opinião”.

Claro que a idade é um detalhe, mas a provocação é boa.

Temos que achar mesmo e compartilhar ideias, a troca aproxima, aprendemos com esboço de opiniões.

O desafio de desenvolver a escuta, a observação e maturar ideias antes de compartilhar é contínuo neste contexto tão intenso e dinâmico que estamos. Será que vale mais falar menos e falar melhor? Ou falar mais sobre tudo sem ir tão fundo?

O que você acha?

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