A arma mais ameaçadora de uma Guerra em 2023: Misinformation

Há duas semanas começava a ler o livro “Deepfakes: The Coming Infocalypse”, escrito pela jornalista nepalesa Nina Schick, a obra é considerada um dos estudos mais maduros sobre inteligência artificial generativa e o impacto na informação.

“Misinformation” é quando se utiliza de falsas ou imprecisas informações maliciosamente para se construir uma narrativa, influenciar pontos de vista ou confundir mesmo. Quando se adiciona criação de mídias sintéticas, feita por inteligências artificiais generativas, chamamos de “deepfake”.

Cada vez será mais difícil entender o que é real ou não. Uma das habilidades mais valiosas do ser humano será fazer escolhas e exercitar o senso crítico ao analisar fatos.

Sim, a internet reduziu distâncias. Nos faz acompanhar uma guerra cruel no Oriente Médio em real time, com diferentes pontos de vista. Mas uma coisa a internet ainda não nos dá tão fácil assim: o repertório, a carga emocional e mental para digerir contextos, vivências tão diferentes das nossas. E é aqui que a desinformação e minsinformation se proliferam como pragas.

Afinal, somos provocados com estes gatilhos de tanta dor e crueldade que se passam. O algoritmo logo entende que você ficou preso nisso, te envia mais conteúdos semelhantes e logo você se sente no dever de salvar a humanidade com a sua opinião na internet do assunto o qual acabou de se inteirar depois de assistir 5 vídeos de 90 segundos.

Depois de minutos scrollando sua rede social, você já tem o veredito para salvar o mundo e terminar com o conflito de quase 100 anos entre Israel e Palestina e a disputa milenar por Jerusalém. Este é o prato cheio para manipuladores, uma geração emocionada, que lê de forma sumária informações, pouco tenta entender os diferentes lados e opiniões, confunde conceitos e generaliza o próximo. Pronto, estamos em guerra, o ponto principal para uma guerra é quando não se enxerga mais o adversário como humano, mas como uma coisa, um animal.

Esteja atento, aprenda a escutar e exercite o discernimento e senso crítico para sobreviver no futuro que vem. “Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se”.